segunda-feira, janeiro 28, 2008

Estrela poente..

Amanheceu, e tu não estavas!
A lua escondeu-se devagarinho
e o sol nasceu quando caminhavas.
Apenas a aragem soprava de mansinho.

Ainda sinto os teus passos.
Triste, amargo prenuncio em mim!
Mas porque tem de ser assim?
Nada sei, só a cor dos teus abraços.

Os rios correm em águas turvas.
E as árvores bravejam ao céu
o que a minha voz.. esqueceu.
Porque caminhos sombrios me procuras?

Vem antes que a noite se acalente.
E a tempestade celebre sua melodia.
Vem.. e traz contigo a rosa bravia
tesouros exaltados, estrela poente.

Alexandra.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Mulher menina

Levanta-te, ergue do chão o rosto
Não temas a ausência, a voz fria
Esse eterno fogo que te queima
alma traçada... vida vazia!

Caminhos batidos, a terra gasta
poeira nos teus passos cansados
Mulher, menina dos pés descalços
corre enquanto a noite é casta.

Foste menina, em sonhos bordados
Nas asas do vento os entregaste!
Pobre sina a tua... Mulher
Triste metáfora, versos roubados.

Adormeces nos braços da solidão
e o dia esconde-se nas tuas lágrimas.
Abre a janela deixa o sol espreitar
Acorda, agarra o céu na tua mão.

Alexandra.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Nada mais!

Nada mais resta, do que nunca existiu!
Das noites que ignorei o tempo
por ti.. em ti!
Nada mais resta, apenas a lembrança
frágil, sombria e solitária.
No teu Mundo encontrei paz (a paz
que há muito se esqueceu de mim).
Despertaste os meus dias
apaziguaste as minhas noites.
Dissipamos memórias entre histórias
soletradas no teu Mar de rebeldia
reinventamos sonhos, criamos novas palavras
e o vento foi nosso confidente..
Contemplamos a mais longínqua estrela
no perto e no longe, e rasgamos o pensamento!
Na magia dos dias, no silêncio das noites
nada mais resta, do que nunca existiu.

Alexandra.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Podia..

Podia te falar do Mar e da Lua!
Contar histórias de encantar
até adormeceres, e dizer baixinho;
Que sou tua!
Mas a Lua virou costas e o Mar
está agitado.. sem rumo.
Podia contemplar-te da mais alta
estrela que toca o céu, enquanto
o sono dos Deuses toma conta de ti!
Podia dizer tanto, tivesse eu asas
beijar-te o pensamento infinitamente
tal anjo embriagado, de aromas recônditos.
Beber das palavras e dizer ao destino
que não se esqueça de nós.
Podia.. repetir tudo o que sabes
na bruma que te acarícia os sentidos.
Mil juras e promessas, feitas ao luar
num murmurar de estrela em estrela
o meu corpo no teu conchegar.

Alexandra.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Para sempre..?

Para sempre é muito tempo
e o tempo não sabe, nem quer saber.
Leva-nos as coisas boas, ficam as más.
Escreve a preto e branco, a vida deste e daquele
nas folhas soltas do destino.
Não perde nem ganha!
Vagueia sedento no tempo que o fez tempo
tal cavaleiro solitário numa procura
incessante e alucinada de sua amada.
Na sua plenitude voa mais alto quanto pode
atingindo o que de mais elevado existe.
Depois, volta a ser quem é!
O tempo dos dias cinzentos às noites sombrias.
Porque o tempo e a solidão caminham de mão dada!

Alexandra.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Essência

Os dias passam..
E o tempo corre, alheio à realidade
esmagado por memórias aprisionadas
silenciadas pela dor de um sentir.
Palavras tatuadas na tua boca
ardem como fogo no meu corpo
despido de pecado, desse cruel ciúme!
Nas trevas da minha ausência
perdi a cor do teu olhar,
perdi a essência que me completava
por esses recônditos abismos.
Ficou tanto por dizer..!

Alexandra.